Dinheiro na nuvem. Moeda virtual ganha mercado real

botcoinReportagem de ZH-RS de 07/12/2013.

A disparada do dólar no meio da semana causou certo barulho no mercado financeiro, mas não foi nada se comparada à valorização que uma outra moeda acumula na últimas semanas. Criado no ambiente virtual, o BITCOIN chama cada vez mais a atenção de investidores e analistas devido ao que vale hoje: a cotação está em R$ 2.500,00.

Apesar de não ser muito popular no Brasil, o bitcoin tem conquistado adeptos ao redor do mundo. A procura maior fez a moeda crescer em um ritmo alucinante em novembro. No mercado brasileiro, a cotação trilhou trajetória semelhante e deu um salto de 585%. Antes restrito a ambientes virtuais, cresce o número de estabelecimentos físicos que aceitam bitcoins, o que ajuda a impulsionar ainda mais seu valor. No Brasil, o principal uso é especulativo.

A prosperidade do dinheiro virtual, no entanto, é vista com cautela por especialistas, já que na prática cria um sistema financeiro alternativo, longe das amarras de qualquer regulação. Denúncias que vinculam a moeda a transações ilegais e lavagem de dinheiro crescem na mesma velocidade da sua valorização.

Apesar de só ganhar maior relevância econômica no último ano, a moeda já éconhecida há algum tempo pelos aficionados por tecnologia. Há pelo menos 2 anos, o Fórum de Software Livre, que ocorre em Porto Alegre, aceita o bitcoin para pagamento das inscrições. Entusiasta da ideia, Rodrigo Troian, um dos organizadores do evento, equipara a iniciativa à uma nova revolução e rebate críticas de que serviria apenas para sonegação e comércio ilegal: "Como qualquer ferramenta pode ser utilizada para o bem e para o mal. A ideia é torná-la a primeira moeda global, aceita em todos os países".

O que é: Moeda digital que pode ser enviada e recebida pela internet. Coin é moeda em inglês e bit é a menor unidade de informação virtual.

Para que serve: Comprar bens e serviços ou receber pelos mesmos.

Onde usar: Estabelecimentos como o bar e bicicletaria Las Magrelas, em São Paulo, e o Caracol Hostel, em Florianópolis, além do site Mercado Livre.

Caixa eletrônico: Em uma cafeteria de Vancouver(Canadá), foi aberto em outubro o primeiro que troca moeda virtual pela real.

Regulação: Não há.

Carteira:  Cada usuário tem uma, formada por números e letras.

Roubo: Há risco de perder bitcoins em caso de invasão do computador. O anonimato permite o uso em comércio ilegal.

Falsificação: Segundo os criadores não há risco.

Popularidade: EUA e China são os que mais geram bitcoins, Atrás no número, o Brasil teve aumento de 111% entre 2012 e 2013.

Vantagens: Sem impostos, pode ser uma moeda universal.

Desvantagens: Alta variação de preço, poucas empresas aceitam a moeda.

Emissão: Cada vez que mineradores quebram um código, geram 25 bitcoins. De quatro em quatro anos, a recompensa cai à metade, para evitar inflação. Por volta de 2033, a emissão deve acabar, só restando moedas já em circulação.

Como conseguir: O mais fácil é comprar com dinheiro de verdade. Casas de câmbio virtuais, bolsas e negociadores aceitam depósitos. É possível obter respondendo pesquisas e clicando em anúncios na internet. Pode-se ganhar "minerando", conectando o computador a um grupo para decifrar um código.

Disparada meteórica: A valorização no período de 1° e novembro (R$ 489,00)  a 1° de dezembro (R$ 3.350,00) foi de 585%.